LEVEDURAS SACCHAROMYCES
E NON-SACCHAROMYCES

STRESS PELO ETANOL E FLUIDEZ DA MEMBRANA

As células das leveduras, durante o processo de fermentação, são submetidas a várias tipologias de stress incluindo aquele induzido pelo etanol, o qual pode alterar a fluidez da membrana celular, comprometer a sua integridade e aumentar a sua permeabilidade.

O efeito do etanol sobre o crescimento das estirpes de levedura foi avaliado utilizando meios seletivos contendo diferentes concentrações de etanol, enquanto o efeito sobre a fluidez da membrana foi avaliado medindo a polarização generalizada de Laurdan (GP) utilizando um espectrofluorímetro.

RESULTADOS DO ESTUDO

Os resultados revelaram uma elevada tolerância ao etanol das estirpes S. cerevisiae até a uma concentração de 14% (v/v), enquanto as estirpes não-Saccharomyces apresentaram um crescimento comprometido quando expostas a concentrações de etanol acima de 10% (v/v).

Após 24 horas de exposição ao etanol a 10%, tanto as estirpes Saccharomyces quanto as non-Saccharomyces apresentaram uma redução no valor de GP (polarização generalizada de Laurdan) e um aumento na fluidez da membrana. Porém, a concentrações de etanol mais elevadas (14%), foi observado um aumento no valor de GP, sugerindo um enrijecimento da membrana celular. No caso das estirpes S. cerevisiae, este fenómeno pode ser explicado pela necessidade de neutralizar os efeitos do etanol, enquanto para as estirpes não-Saccharomyces pode estar ligado a uma diminuição significativa da vitalidade celular.

 

Este estudo evidencia as diferentes capacidades destas estirpes em lidar com o stress pelo etanol em termos de crescimento e fluidez da membrana. Os resultados proporcionam informações valiosas para o desenvolvimento de estirpes de levedura resistentes que possam levar a processos de fermentação melhorados, bem como identificar e selecionar inovações biotecnológicas específicas para os eventos fermentativos.