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Estudo em colaboração com
a Universidade de Turim

O IMPACTO DOS TANINOS ENOLÓGICOS NO VINHO

CARACTERÍSTICAS FENÓLICAS, ANTIOXIDANTES E SENSORIAIS

Os taninos enológicos são adjuvantes que podem ser utilizados em diferentes fases da produção com o objectivo de aumentar a capacidade antioxidante e promover a estabilidade da cor do mosto e do vinho.

A eficácia da adição de taninos na vinificação está relacionada com a origem botânica da formulação, as suas características químicas, conteúdo polifenólico, e a fase e dose de adição.

Os taninos hidrolisáveis, por outro lado, são geralmente classificados em galotaninas e elagitanos. Os galotanos estão presentes nos frutos secos de origem vegetal e são ácido gálico e D-glucose, com um grau de substituição diferente com a fracção gálica.
Em contraste, os elagitanos consistem em D-glucose e elágicos, ácidos gálicos. São normalmente extraídos da castanha e do carvalho e as oito formas mais comuns são monómeros, ou seja, castalagina, vescalagina, grandinina, e dímeros, ou seja, roburina A, B, C, D.

Para melhor estimar a capacidade antioxidante dos diferentes taninos, o poder antioxidante (AP) de cada amostra foi calculado como a capacidade antioxidante sobre a concentração fenólica total medida pelo método Folin-Ciocalteu (FC) (ver Tabela 3). Esta padronização pode ser útil para compreender como algumas classes de taninos são mais antioxidantes do que outras.

Tabela 1
Taninos enológicos em estudo.

 

Amostra Grupo Tipo Descrição
Sd1 Proc/prod mono Proantocianidinas de semente de uva Vitis vinifera L.
Sd2 Proc/prod mono Proantocianidinas de semente de uva Vitis vinifera L.
Sk1 Proc/prod mono Proantocianidinas de pele de uva branca Vitis vinifera L.
Q1 Prof/pror mono Proantocianidinas de quebracho
Q2 Prof/pror mono Proantocianidinas de quebracho
Ac Prof/pror mono Proantocianidinas de Mimosaceae
Et1 Hidro mono T. ellagici
Et2 Hidro mono T. ellagici de Quercus spp.
Gt Hidro mono Taninos de galo de Robina pseudoacacia galls
Mx1 Mix mix Proantocianidinas de pele de uva, quebracho, elágicos de Quercus spp.
Mx2 Mix mix Proantocianidinas e elágicas
Mx3 Mix mix Proantocianidinas a partir de peles de uva, elágicas
Mx4 Mix mix Proantocianidinas de pele de uva, sementes de uva e quebracho
Mx5 Mix mix Proantocianidinas de pele de uva, sementes de uva e quebracho
Mx6 Mix mix Proantocianidinas, elágicas e gálicas
Mx7 Mix mix Proantocianidinas e elágicas
Mx8 Mix mix Proantocianidinas e elágicas

Proc/prod = procianidinas/prodelfinidinas, Prof/Pror = profisetinidina/prorobinetinidina
Hidro = taninos hidrolisáveis, Mix = formulação da mistura

PELA PRIMEIRA VEZ, FORAM DEFINIDOS OS TANINOS ENOLÓGICOS MAIS ADEQUADOS PARA DIFERENTES APLICAÇÕES ENOLÓGICAS. A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A QUALIDADE DO VINHO ESTÁ LIGADA AO SEU PAPEL NO AROMA E NA LONGEVIDADE DO VINHO.

Tabela 2
Caracterização polifenólica das formulações em estudo.

 

Amostra Grupo Tipo IPT (ácido gálico/100g) FC (ácido gálico/100g) BS (cianidina g/100g) MTC (ácido gálicoo/100g)
Sd1 Proc/prod mono 48.7+-5.7 89.8+-4.2 116.4+-5.7 36.5+-1.7
Sd2 Proc/prod mono 28.7+-3.8 53.3+-2.2 71.3+-3.8 16.7+-3.0
Sk1 Proc/prod mono 21.9+-1.5 33.1+-2.2 33.9+-1.5 6.0+-0.2
Q1 Prof/pror mono 41.0+-0.9 77.0+-5.5 26.9+-0.9 19.7+-13.5
Q2 Prof/pror mono 36.3+-2.1 64.4+-4.9 18.6+-2.1 27.8+-0.9
Ac Prof/pror mono 32.9+-1.7 54.4+-3.5 26.2+-1.7 22.0+-3.4
Et1 Hidro mono 44.8+-2.0 52.2+-2.6   21.0+-7.3
Et2 Hidro mono 37.5+-1.1 52.7+-4.1   19.1+-2.7
Gt Hidro mono 128.2+-4.6 101.4+-4.1   110.4+-1.2
Mx1 Mix mix 39.1+-0.9 62.8+-4.2 25.9+-0.9 29.1+-1.4
Mx2 Mix mix 36.6+-1.7 58.8+-2.9 14.9+-1.7 25.8+-2.9
Mx3 Mix mix 36.8+-0.5 59.6+-4.0 23.8+-0.5 23.4+-3.2
Mx4 Mix mix 32.9+-1.8 51.4+-2.0 22.2+-1.8 15.4+-5.7
Mx5 Mix mix 32.2+-0.6 51.4+-1.0 20.9+-0.6 16.5+-7.3
Mx6 Mix mix 35.2+-1.5 52.9+-1.4 10.6+-1.5 29.2+-0.8
Mx7 Mix mix 28.2+-2.9 55.8+-2.6 20.8+-2.9 25.7+-0.6
Mx8 Mix mix 34.0+-2.0 51.1+-4.8 5.9+-2.0 26.0+-0.8

Dados expressos como média e desvio padrão.
FC = Método Folin-Ciocalteu, BS = Método Bate-Smith, MTC = Método da metilcelulose

Tabella 3
Potência antioxidante (PA) calculada como capacidade antioxidante sobre a concentração fenólica total.

 

Amostra Grupo Tipo ABTS AP ± SD DPPH AP ± SD FRAP AP ± SD CUPRAC AP ± SD
Sd1 Proc/prod mono 5.04 ± 0.23 3.43 ± 0.20 5.33 ± 0.23 8.66 ± 0.61
Sd2 Proc/prod mono 6.95 ± 0.24 4.83 ± 0.23 8.53 ± 0.42 10.96 ± 0.15
Sk1 Proc/prod mono 6.11 ± 0.29 4.19 ± 0.13 6.21 ± 0.17 8.59 ± 0.59
Q1 Prof/pror mono 5.22 ± 0.34 3.60 ± 0.32 4.39 ± 0.31 9.41 ± 0.66
Q2 Prof/pror mono 5.23 ± 0.38 3.63 ± 0.26 5.56 ± 0.42 8.64 ± 0.99
Ac Prof/pror mono 7.41 ± 0.45 5.17 ± 0.39 6.87 ± 0.29 11.20 ± 0.93
Et1 Hidro mono 9.51 ± 0.50 7.73 ± 0.41 10.58 ± 0.57 13.59 ± 0.85
Et2 Hidro mono 8.39 ± 0.71 6.89 ± 0.54 9.04 ± 0.55 11.28 ± 0.86
Gt Hidro mono 7.49 ± 0.30 7.51 ± 0.30 4.69 ± 0.17 11.94 ± 0.45
Mx1 Mix mix 6.02 ± 0.42 4.31 ± 0.31 6.66 ± 0.49 9.83 ± 0.42
Mx2 Mix mix 5.68 ± 0.24 4.22 ± 0.26 6.11 ± 0.39 6.11 ± 0.30
Mx3 Mix mix 5.63 ± 0.38 4.09 ± 0.29 6.14 ± 0.45 9.43 ± 0.76
Mx4 Mix mix 6.83 ± 0.35 4.98 ± 0.15 7.54 ± 0.44 10.14 ± 0.23
Mx5 Mix mix 6.91 ± 0.15 5.02 ± 0.08 7.62 ± 0.21 9.91 ± 1.51
Mx6 Mix mix 6.15 ± 0.14 4.67 ± 0.12 5.80 ± 0.07 10.24 ± 0.60
Mx7 Mix mix 6.14 ± 0.26 4.40 ± 0.20 5.58 ± 0.12 9.88 ± 0.57
Mx8 Mix mix 7.28 ± 0.76 5.57 ± 0.51 7.53 ± 0.61 11.09 ± 1.08

Dados expressos como média e desvio padrão.

OS RESULTADOS DO ESTUDO